SÉRIE ESPECIAL: O CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO DE MATÉRIAS-PRIMAS MAGISTRAIS
Nesta série de vídeos, abordamos os diversos aspectos relacionados ao controle da qualidade de matérias-primas utilizadas na farmácia magistral, sob a ótica do impacto na qualidade do produto final, ou seja, o medicamento manipulado.
Clique aqui para assistir ao Vídeo #3: Solubilidade de matérias-primas magistrais
Olá! Aqui é Viviane Coimbra, e o tema de hoje da nossa série de vídeos é o ensaio de solubilidade de matérias primas.
Sabe-se que a solubilidade é uma propriedade de determinada substância sólida de se dissociar em fragmentos menores, quando em contato com determinado solvente, unindo-se a este no que denominamos solução. Para matérias-primas no estado líquido, à capacidade de interagir com o solvente, formando uma única fase, dá-se o nome de miscibilidade, e, portanto, dizemos que as matérias-primas líquidas são miscíveis ou imiscíveis.
Pelo fato de a solubilidade ser uma característica inerente a cada matéria-prima, pode-se dizer que se classifica como sendo um ensaio de identidade da amostra. Entretanto, devido à sua baixa especificidade, não é um ensaio conclusivo, mas corrobora os demais ensaios de controle da qualidade internos previstos pela RDC 87.
Na prática, pode-se dizer que o ensaio de solubilidade de matérias-primas tem dois grandes propósitos: o primeiro, ligado à farmacotécnica; e o segundo, à farmacocinética.
Sob o ponto de vista farmacotécnico, estejam atentos aos solventes nos quais a substância deve ser incorporada, sobretudo em formulações semissólidas a líquidas. A título de exemplo, vou citar os parabenos, nipagim e nipazol, conservantes amplamente utilizados em cosméticos, que são poucos solúveis em água e devem, necessariamente, ser solúveis em álcool etílico para que cumpram efetivamente sua função na fórmula.
Sob o aspecto farmacocinético, a solubilidade assume um fator preponderante: testar a biodisponibilidade do fármaco. Assim, um determinado princípio ativo precisa ser solúvel em meio aquoso para que seja absorvido pelo organismo. Vale também lembrar que os fármacos solúveis em ácidos diluídos são projetados para serem absorvidos no estômago; já os de liberação lenta devem ser pouco solúveis em ácidos e muito solúveis em hidróxidos, para que possam ser absorvidos no trato intestinal. Como exemplo, citamos o omeprazol em pellets.
As monografias farmacopeicas das substâncias trazem, no teste de solubilidade, um arsenal de solventes, e uma boa dica é realizar o teste naqueles solventes que a própria farmácia dispõe, como água, etanol, éter, ácidos minerais diluídos, propilenoglicol, etc. O volume 1 da farmacopeia brasileira quinta edição traz a metodologia geral do teste de solubilidade. Nela consta uma tabela para ajudar você a interpretar tecnicamente os termos muito solúvel, solúvel, insolúvel…correlacionando-os com o número de mililitros do solvente capazes de dissolver 1 grama da amostra.
Bom, espero ter “dissolvido” todas as suas questões sobre o tema neste vídeo, mas, se ainda assim surgir qualquer dúvida, deixa aqui embaixo nos comentários, eu terei o maior prazer em te responder!
Eu vou ficando por aqui, mas nos vemos em breve!
Por Viviane Coimbra, Diretora Técnica – Quallità-Renylab Controle da Qualidade
ASSISTA AO VÍDEO #4: O PH E A QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS.
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